Carlos Emiliano Eleutério
CARLOS EMILIANOELEUTERIO • April 23, 2021
RISCOS DE SEGURANÇA CIBERNÉTICA NO SETOR ELÉTRICO NA AGENDA DO XII SIEN

“A quarta revolução industrial que a sociedade vive agora evidencia o intenso uso de dados por meio de tecnologias como inteligência artificial (IA), robótica, machine learning e Internet das Coisas (IoT), entre outras, que alavancam a utilização de big data e promovem a migração das atividades presenciais para o mundo digital”, especialmente após a pandemia. Essas tecnologias, porém, aumentaram drasticamente a exposição das empresas a ameaças quanto a riscos de segurança cibernética.
Esta já é uma preocupação do setor elétrico, que vem acelerando ainda mais a digitalização de vários processos dentro das empresas, mas em contrapartida vê aumentar as ameaças cibernéticas, que subiram uma posição entre as principais preocupações do setor, saindo do 5º lugar em 2019 (30%) para a 4ª colocação em 2020 (33%), segundo estudo recente divulgado pela PwC do Brasil.
De olho nessa questão, o SIEN 2021 vai colocar essa questão na mesa de debates: “Como as empresas podem se proteger desses ataques e como elaborar planos de segurança cibernética ágeis e bem estruturados?”. De acordo com o estudo da PwC Brasil, cerca de 60% das empresas do setor em todo o mundo devem aumentar o orçamento de cibersegurança em 2021. O relatório aponta que a evolução do setor elétrico diante das ameaças cibernéticas nos ambientes de missão crítica levou também as companhias a aumentarem suas capacitações de análise de dados e direcionaram esforços na geração de ganhos com a melhoria dos índices de qualidade, redução de custos e otimização da cadeia de suprimentos.
Segundo o especialista em energia da PwC Brasil, Ronaldo Valiño, o estudo observou um aumento de incidentes de segurança no setor elétrico, com riscos de impactos para a sociedade. Além disso, casos como esses podem gerar muitas dores de cabeça para as empresas do setor, como multas regulatórias e possíveis paralisações parciais ou totais dos serviços. Os demais problemas do segmento citados são excesso de regulação, incertezas políticas e econômicas e conflitos comerciais.
A pesquisa da consultoria lembra que o Brasil não tem ainda uma regulamentação específica sobre segurança cibernética para as infraestruturas do setor elétrico. A PwC acredita que devem surgir regulamentações locais para definir requisitos gerais de evolução da maturidade de segurança cibernética na indústria. Isso vai aumentar a necessidade de preparação das companhias para adequações de segurança e evolução da capacidade de
resposta aos incidentes.
“Um bom programa de segurança cibernética, alinhado aos objetivos do negócio e riscos, pode alavancar as capacidades de identificação, preparação e resiliência das organizações contra as ameaças cibernéticas no ambiente de missão crítica, bem como atender às novas regulamentações no setor”, afirma o sócio e líder de Cyber Security da PwC Brasil, Eduardo Batista, em entrevista ao Site Petronotícias.











