A energia nuclear tem aplicações que vão muito além da energia. Mas até mesmo na geração de energia, as aplicações são múltiplas. Um exemplo disso são os microrreatores nucleares- os chamados MRNs, que vem ganhando espaço pelo mundo afora, junto com os pequenos reatores nucleares (SMRs, na sigla em inglês) como trunfo importante na luta para conter a escalada climática.
Estados Unidos, Rússia, China e agora o Brasil são exemplos disso. A Rússia e a China já têm
microrreatores em operação.
O MRN Nacional
No Brasil, sob a liderança da Diamante Geração de Energia, Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e a Terminus Pesquisa e Desenvolvimento em Energia, o país iniciou um projeto nacional para desenvolver e fabricar seus próprios microrreatores, com a colaboração de universidades, do Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) Ipen/Cnen, Ien/Cnen, Amazul e Marinha. O objetivo é atender cidades, hospitais, regiões isoladas, plataformas de petróleo offshore, Data Centers, fábricas etc., reduzindo a dependência de geradores a diesel.
O projeto tem um orçamento de R$ 50 milhões, sendo R$ 30 milhões da Finep e R$ 20 milhões
da Diamante Energia. Intitulado, “Desenvolvimento e testes de tecnologias críticas aplicáveis a microrreatores nucleares” foi contemplado pelo programa Finep Mais Inovação, na categoria Energias Renováveis/Sustentáveis, linha temática de Tecnologias para geração de energia a partir de fontes de baixa emissão de carbono. Sua duração será de três anos e buscará validar a viabilidade técnica e sustentável de um sistema de microrreatores nucleares de baixa potência para gerar cerca de 3 MW em um container de 40 pés, projetado para ser operado/monitorado de forma remota por mais de 10 anos sem necessidade de reabastecimento.
Ao contrário de outros países, que baseiam seus projetos na adaptação de tecnologias estrangeiras, o Brasil vai desenvolver uma solução totalmente nacional, fundamentada em pesquisas científicas e na experiência acumulada no setor nuclear.